Ao passar pela rua do breyner, ou uma dessas transversais labírinticas da zona de cedofeita, deparei-me com um estranho graffiti no chão. Tinha um alvo perfeitamente desenhado a stencil e dizia: cuspa aqui. Aquilo divertiu-me, fora o vandalismo da coisa, pois esta é uma das verdades tá mal do nosso amado Portugal.
Não há rua, passeio, esquina ou degrau que não ostente uma dessas peripécias salivares - há que admitir que algumas são verdadeiras obras primas -, mais vulgarmente conhecidas como bisgas, dos nossos conterrâneos praticantes do cuspa aqui que se esquecem do lenço em casa ou, pior ainda, no bolso.
É vê-los a puxar num esforço ruidoso pela porcaria que vêm lá desde o dedo mindinho para a cuspir orgulhosamente no chão. Depois sacam do lenço e limpam a boca: ah, afinal o malandrinho estava aqui, oh diabo...
Já estive, por diversas vezes, para apanhar com uma dessas em cima. Por isso até agradeço o dito "esforço ruidoso", sinal de lá vem bisga. Comparo a sensação pós-bisga à que sentimos quando as pombas levantam vôo e nos cagam na cabeça. A comparação é fraca, sendo que a primeira é de longe pior que a segunda.
Falta de civismo? De higiene? Ou orgulho da condição de macho/fêmea? Não faço ideia. Mas tenciono perguntar, um dia, a um praticante do cuspa aqui e, porque não, ali. Depois conto-vos, 'tá combinado?
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